Retorno de estudantes iniciou na última segunda, mas aviso de escolas vai de encontro à determinação da prefeitura.
Por Daniele Marzano e Suellen Emerick
O diretor da escola Osório Aleixo, Luís Omar Ferreira da Silva, confirmou que enviou o comunicado aos pais dos alunos no último sábado por e-mail. Ao telefone, ele disse que parte dos professores da escola está aderindo ao movimento grevista.
“O sentimento é de desleixo. Não é para olhar meu filho, é pelo ensino. Eles estão negando o direito de a criança estudar”, afirmou a vendedora Bruna Garcia da Silva. A gerente comercial Adriana Neves, que tem dois filhos estudando na região central, também é contra qualquer tipo de greve neste momento. “As crianças já ficaram tempo demais sem socializar, sem aprender. Faltam respeito e atenção com elas”, disse a gerente comercial, que preferiu não citar o nome da escola por medo de represália de professores a seus filhos.
Revolta
Na
decisão, a desembargadora Teresa Cristina da Cunha Peixoto acatou o
pedido do município e deferiu a antecipação de tutela para garantir o
retorno das aulas presenciais no município e estabeleceu uma multa de R$
50 mil por dia ao sindicato em caso de descumprimento.
Uma das
mães que receberam o aviso está revoltada com a situação considerando o
prejuízo que o filho dela, de 12 anos, da escola Osório Aleixo da Silva,
no bairro Granja Verde, já teve após um ano e sete meses sem aulas
devido à pandemia.
O comunicado, ao qual a reportagem teve acesso, diz que a volta presencial dos alunos está suspensa. A Prefeitura de Betim nega a informação e informa que tomará medidas administrativas, uma vez que a greve iniciada pelo sindicato foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Aviso enviado por WhatsApp por diretores de escolas municipais de Betim, orientados por líderes sindicais, a pais de alunos está tumultuando o retorno dos estudantes às salas de aula, ocorridos desde a última segunda-feira, nas turmas de pré-escola e para alunos do 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental.
“Considerando o atendimento em grupos de
dez alunos por sala e da manifestação dos pais para o retorno, teríamos
atendido 15 alunos, pois só esses optaram pelo retorno presencial”,
disse. A secretária de Educação de Betim, Marilene Pimenta, informou que
“tomou ciência desse tipo da informação deturpada e que tomará medidas
administrativas cabíveis”.
Questionado sobre se o comunicado teria
sido orientado pelo Sind-UTE, o coordenador da subsede Betim, Luiz
Fernando de Souza Oliveira, disse que “todos os comunicados feitos pelo
sindicato são assinados por seus diretores”. Outras nove escolas com as
quais a reportagem entrou em contato informaram ter aderido ao movimento
grevista.
Fonte: O TEMPO